Se
eu respondesse á minha avó já sabia que ia dizer mais do que realmente devia,
eu era direta e não tinha medo de dizer o que me estava na cabeça
independentemente da sua idade, tamanho ou feitio e apesar de ser a minha avó e
de a amar muito, eu ia responder. Ele podia ter muitos defeitos mas era o homem
que eu amava e eu iria dizer-lhe isso mesmo, mas ele faz-me sinal para
responder e eu deixo, embora com medo, ele iria ter mais cuidado nas palavras
que eu mas tinha medo que a minha avó não gostasse dele depois do que ele
dissesse mas confiei nele e deixei-o fazer, de certeza que teria mais atenção
que eu com as palavras e o modo com que o fazia:
-Sabe
dona Maria.- Sorriu e desviou pouco o seu olhar para o chão, um sorriso
envergonhado. – A senhora pode ter toda a razão do mundo por ser baixinho e por
não saber falar bem português mas a senhora não devia julgar-me, porque embora
tenho defeitos isso não me impede de amar a sua neta e a dar-lhe todo o meu
amor. E devia estar mais preocupada com ela que está deitada numa cama de
hospital depois de um desmaio e não com o seu namorado, porque embora nos
amemos, o mais importante neste momento é ela e só ela. Não eu!- enquanto
falava sobre mim apontou para mim e no final apontou sobre o peito e enquanto
acabava de falar, referindo-se a si, apontou para o seu peito e quando terminou
sentou-se na cadeira que estava no meu lado esquerdo e deu-me a mão e trocamos
olhar e a minha avó respondeu:
-Vocês
ainda são muito novos para saber o que é amar. – Até podia ser verdade que
eramos novos e podíamos não saber o que era amar mas gostávamos demasiado um do
outro para desistirmos sem lutar, e o sentimento que nos unia era forte, tão
forte que podia perfeitamente ser amar, ser um amor apaixonante, e eu não
acreditava muito que a idade influenciasse um sentimento, ou forma de estar na
vida e amar era uma forma de viver a vida. Nós eramos maturos o suficiente para
saber o que sentíamos e eu estava disposta a viver tudo aquilo e depois de
chegar a esta conclusão foi a minha vez de responder:
-Eu
gosto muito de ti avó mas tens de compreender que eu gosto dele e é de mim que
ele gosta. Podes ter razão podemos ser novos mas para amar não existe idade,
existe apenas maturidade e não sei se já entendeste e isso temos nós dois.
Gostava de ter o seu apoio mas já vi que não vai acontecer e daqui a uns tempos
depois de nos conheceres melhor e ao que nos une vais dar razão.
-Isso
é tudo muito bonito, também dizias gostar do Francisco e olha acabou cada um
para seu lado. Quero ver se daqui a uns tempos me vais dar razão ou não. – O
Nicolás apertou-me a mão mas decidiu não responder e eu respondi.
-Com
o tempo veremos quem tem razão. – Dei por concluída a conversa, e a minha avó
respondeu-me:
-Bem
Rita vou indo que ainda tenho que ir ver da tua tia e dos teus pais. –
Aproximou-se de mim e deu-me dois beijos, cada um em sua bochecha e eu retribui
tirando as mãos das mantas e eu recompensei-a tocando-lhe na face e respondendo
do mesmo modo com beijinhos. Depois o Nicolás levantou-se e deu-lhe dois
beijos, cada um em sua face e segredou-lhe algo, mas num tom de voz bastante
baixo, talvez para não ouvir, talvez só para ambos saberem o que ele disse. A
minha avó foi ter com o meu irmão e despediram-se e ela foi ia em direção á
saída para se ir embora e o Nicolás acompanha-a até á porta. Ele senta-se
novamente ao meu lado e eu pergunto:
-Osvaldo
Nicolás Fabián Gaitán que é que disseste á minha avó?- Eu sabia que ele não
tinha feito nada de mal mas era o meu lado curioso a falar e talvez ele não me
dissesse, o que era o que eu mais esperava mas acabou por me dizer:
-Prometi-lhe
que vos ia demonstrar que te amo. – Deu-me a mão e deu-me um beijo nos lábios
sentido e passado alguns segundos oiço uma voz tossir, só podia ser o meu irmão
e entre a união nos nossos lábios eu não resisto e começar a sorrir, separo os
nossos lábios e pergunto:
-Então
maninho que foi? – Olhei para ele que estava quase deitado no sofá e ele
olha-me com ar muito admirado e responde:
-Estás
a olhar para a pessoa errada, não fui eu que tossi propositadamente, olha para
ali. -Apontou para a entrada do quarto onde estava o meu pai e continuou.- Mas
já que interrompi o vosso mel aviso já que vou ao bar e á casa de banho, estou
a sentir-me a mais. – Dito isto levantou-se e foi para fora do quarto sem
cumprimentar ou dizer alguma coisa ao meu pai, sim era ele que tinha tossido
propositadamente e que me fez separar os meus lábios e do Nicolás e depois de o
meu irmão ir embora diz:
-Vinha
só avisar que encontramos a tua avó no caminho e vinha ver se estavas sozinha
senão eu ou a tua mãe tínhamos que ficar aqui e não levá-la os dois, mas já vi
que estás bem acompanhada e mais não digo. Já voltamos!- Dito isto virou costas
e foi embora, o que me fez sorrir a mim e ao meu namorado e voltamo-nos a olhar
cumplicemente, claro que voltamo-nos a beijar mais muito mais sentido, era as
saudades a falar mas voltamos a ser interrompidos por uma tosse repentina e eu
separo os nossos lábios outra vez e respondo:
-Que
foi pai? – Mas mal olho vejo que é o meu irmão que responde:
-Vinha
só pedir dinheiro mas já vi que estão muito ocupados e que vou morrer de fome.
-Como
podes ver fui internada e tiraram-me tudo, lamento.- Mas mal digo isto o
Nicolás tira a carteira do bolso traseiro das calças e dá uma nota de 10€ ao
meu irmão.
-Puto
eu sei que não é muito mas por enquanto dá. Se for preciso mais diz-me que vou
buscar dinheiro. – Mas dá a nota o meu irmão agradece e vai embora mas eu digo:
-Não
me sinto bem que gastes dinheiro connosco, desta vez desculpo porque é para o
Diogo comer mas não quero que se repita e quando chegar os meus pais eles
devolvem-te.
-Tontinha
não me importo de gastar dinheiro com vocês, se o faço é porque não me importo
de o fazer. E não vou aceitar se os teus pais me derem o dinheiro. E se não
quiseres eu não gasto dinheiro, prometo. – Dito isto beijou-me, mas um beijo
muito intenso e desta vez sem interrupções. E eu sussurro-lhe entre beijos:
-Amo-te
meu rei. – E abracei-o.
-Amo-te
mí reína. – E deu-me um beijo no canto dos lábios que me fez estremecer o corpo
todo e me fez corar, eramos namorados mas ele mexia comigo como se ainda fosse
o primeiro dia.
Os
dias seguintes passaram a correr e eu tive alta do hospital mas nos dias
seguintes tinha de ter muito cuidado e depois de ouvir as mil e uma
recomendações dos médicos e enfermeiros fui finalmente até minha casa, mas como
era próximo da hora do jantar, e por meu pedido fomos jantar fora, mas um
restaurante que tinha curiosidade em provar e assim conhecia a minha família
conhecia um pouco mais da cultura do meu homem. Um restaurante de comida
argentina, e como havia um bem perto do hospital decidimos ir até lá: La
Parrilla, onde passamos bons momentos cheios de conversa e a provarmos diversas
especialidades daquele país: empanadas argentinas, o conhecido churrasco
argentino, alfagor e os homens ainda comeram um pouco de locro.
Depois de terminarmos o jantar decidimos ir até casa, todos queriam que eu descansasse mas eu não estava minimamente cansada, passei 3 dias deitada numa cama e sem me deixarem fazer nada então peço autorização para ficar a passear mais um tempo pelo Parque das Nações com o meu namorado, os meus pais acabam por me dar mas impõe uma condição: teria de estar em casa antes das 4h, o Nicolás prometeu que assim o faríamos. Ainda tentei convencê-lo a irmos até a um bar para nos divertirmos um pouco mas ele não quis e como prometi aos médicos, aos enfermeiros e aos meus pais que teria cuidado acabei por dar razão ao também receio do Nicolás e ficarmos só por um passeio a pé por aquela zona bastante agradável. Depois de andarmos um pouco, sentamo-nos á beira-mar com uma vista deslumbrante.
Sentamo-nos
num banquinho junto ao rio e vislumbramos aquela vista extraordinária,
estávamos abraçados a olhar para o horizonte e eu pergunto:
-E
se não conseguires provar á minha avó que me amas?
-Não
te preocupes com isso amor, é importante que a tua avó goste de mim claro mas é
ainda mais importante que tu saibas que gosto de ti e isso eu sei que tu sabes.
-Do
mesmo modo que eu gosto de ti, do mesmo modo que eu te amo assim deste jeito.-
Aconcheguei-me nos seus braços e juntei as minhas pernas ao meu corpo, coisa
que fez o Nicolás cobrir o meu corpo dando-lhe mais calor num abraço forte e
sentido. – Sabes? Acho que do mesmo modo que tu me provaste que me amas tu
também mereces que te prove o que sinto por ti. – Beijei-o e decidi começar a
preparar uma surpresa.
Qual
será a surpresa que Rita fará a Nicolás?
Será
que Nico conseguirá provar á avó dela o que sente? Será que a relação vai
resultar?
Olá :D
ResponderEliminarAdorei este capítulo, tal como os outros!
Beijinhos
Ritááá xD
Olá :)
EliminarObrigada pelo elogio é sempre importante saber a opinião das leitoras!
Beijinhos, Rita