Separei-me
os nossos lábios, os nossos corpos que estavam colados, a minha vontade era de
lhe dar um estalo mas ao mesmo tempo saber o que tanto o atormentava, ele não
costuma ser inseguro antes pelo contrário, sempre me demonstrou que é muito
seguro do que sente e do que nos une. E quando ele me disse aquelas palavras
senti um balde de água fria cair sobre mim. Fiquei enervada, muito chateada mas
mesmo assim pedir que ele me esclarecesse o porquê daquelas palavras:
-Deves estar parvo só pode! – Cruzei os braços e voltei as costas para ele. – Depois de te provar que te amo, depois de
perder a virgindade contigo, de te apresentar aos meus pais, depois de te dar o
Nini, tu ainda me vens com histórias que tens inseguranças próprias de quem
ama? Já ouvi desculpa melhor Nicolás. – Ele tentou aproximar-se de mim, mas
eu empurro-o para se afastar de mim, sento-me num canto da casa de banho, dobro
as pernas, abraço as pernas e coloco a cabeça sobre os meus joelhos e fecho os
olhos. O Nico segue-me, senta-se ao meu lado mas sem me tocar e responde:
-Não é nada disso amor. Eu amo-te,
e tu amas-me e eu nunca duvidei disso, só quando acabaste comigo, aí sim é que
senti que talvez não me amasses mas estou cada vez mais certo que o amor que
nos une é sobrenatural, é sobre-humano. Já me provaste o que sentes e eu
agradeço-te por tudo o que me dás, me provaste e que fizeste por mim, és a
mulher da minha vida e cada vez sinto e acho que já estive mais longe de te
pedir em casamento. – Tu estás a
falar a sério Nicolás? Casamento? Nós nem há um ano nos conhecemos, namoramos
há quase 3 meses e tu falas em casamento, fui apanhada de surpresa, claro que
me quero casar com ele, ser mãe, quero viver isso tudo mas nunca pensei que
acontecesse tão cedo, pelo menos não o pedido mas já sonhei com ele, quando
estive internada e o Nico tinha ido dormir a casa, estava apenas no quarto com
a minha mãe…
(Recordação)
Estou a apresentar um trabalho muito importante na minha universidade, essencial para concluir o curso, a plateia era muito grande e eu tremia de nervos mas até então tudo corria bem, mas de resto olho para o público e noto-os bastante distraídos, e algo a circular por todos, ainda tentei entender o que era sem ninguém entender mas não consegui, como já ninguém prestava atenção ao que apresentava, acabei por ficar calada durante algum tempo, e um rapaz sentado na segunda fila, levanta-se… Era o Nicolás, dão-lhe um microfone e ele começa a falar ao mesmo tempo que se aproxima do palco, sobre as escadas e eu digo:
-Nicolás o que estás a fazer? – A minha vontade era abraçá-lo mas também ir ver o
que andava a circular pela plateia mas não o fiz, fiquei estática e deixei-o
responder:
-Estou a fazer o que devia ter
feito á muito tempo. – Ele tinha uma
mão atrás das costas, retirou-a e deu-me um ramo de flores, mais precisamente
um ramo de cravos vermelhos, embora eu gostasse muito de cravos brancos, não
era a altura deles e como o vermelho simboliza o amor, perfeito ficou. Deu-mas,
dei-lhe um abraço e dei-lhe um beijinho na bochecha e ele continuou. – A nossa história é recente, mas desde que
começámos a namorar que sei que quero estar contigo para o resto da nossa vida.
Eu amo-te demasiado e só de pensar em perder-te magoa-me, acho que não
aguentava, mas não foi para falar de coisas tristes que vim aqui, vim
demonstrar o quanto te amo e és importante para mim. Amo-te Rita e vou
demonstrar-te eternamente o que nos une. – Colocou-se de joelhos, colocou a
mão no bolso, tirou de lá uma caixinha pequena e abriu-a. Abri a boca, não
esperava de modo algum aquela surpresa, ele retira o anel e eu estico a mão. E
pergunta-me. – Queres casar comigo
mulher da minha vida. – Fiquei sem reação mas aceno com a cabeça
positivamente. Ele coloca o anel no meu dedo, depois levanta-se e eu abraço-o,
beijamo-nos e depois ele dá-me a aliança dele e eu coloco no seu dedo. Com o
passar do sonho, tudo foi evoluindo, enquanto preparávamos o casamento e eu
acabei por desistir da faculdade, decidimos por bem sermos pais, engravido
cedo, confesso que não estávamos á espera que acontecesse tão cedo adiamos o
casamento e no preciso momento em que o meu filho ia nascer, no momento do
parto a minha mãe acorda-me e eu acabo por não saber qual era o sexo do meu
filho, isto porque quisemos esperar até ao nascimento.
(Fim de recordação)
-Claro que quero casar contigo, ter filhos, quero viver tudo isso contigo, tu completas-me, mas nunca tinhas demonstrado que tinhas dúvidas e confesso que me magoou um pouco, não esperava. – Levantei-me dei a mão e abracei-o, beijei-lhe no pescoço e sussurrei. – Desculpa Nico.
-Não tens de pedir desculpa, eu é
que tenho por não conseguir amar-te sem medos, sem receios, por ser assim tão
hesitante, gostava de amar-te cegamente mas o amor já me pregou partidas e não
consigo amar como se não houvesse amanhã mas com o tempo tudo irá passar meu
bem. – Beijamo-nos e depois
fomos até ao restaurante onde a Dona Mi já nos esperava com a refeição já
servida. Sentamo-nos e almoçamos muito divertidos e animados, a mentalidade da
minha sogra é muito jovem, talvez porque também foi mãe cedo e sempre foi uma
mãe moderna que tentou ser amiga e mãe ao mesmo tempo. O Nicolás pagou a
refeição, embora a muito custo porque eu queria pelo menos ajudar a pagar mas
ele usou o argumento quem convida paga. Como a Dona Mi nunca visitou Lisboa e
eu tinha muito gosto em mostrar-lhe a cidade que me viu nascer e crescer, fiz
questão de os acompanhar nesta visita guiada a Lisboa, também eles fizeram
questão que os acompanhasse.
Visitamos
o Mosteiro dos Jerónimos, muito animadamente, a Dona Mi estava encantada, não
conhecia Lisboa e nunca tinha visitado um mosteiro daquela dimensão e beleza,
acabamos a visita já era hora do lanche, fomos até aos Pastéis de Belém, bem
perto do mosteiro e como podem imaginar demoramos algum tempo, mas nada que não
valesse a pena, a minha sogra e o Nico adoraram aquela sobremesa.
E
como ainda faltava um pouco para a hora do jantar decidimos visitar também a
Torre de Belém, o Nico e eu já tínhamos visitado esse monumento mas agradou-nos
tanto a ideia que decidimos depois passear á beira-rio e jantarmos por ali.
Jantamos
perto daquela zona e depois decidimos ir até um bar, o dia foi longo mas todos
nós tínhamos energia para nos divertirmos. Mas acabamos por não adiantar muito
a saída, pelo menos até ser quase manhã, no dia seguinte tínhamos de continuar
o nosso passeio e o Nico tinha treino durante a manhã, o que significava que tenho
de acordar cedo para passar a manhã com a minha sogra e prepararmos o almoço
para os 3.
O
Nico levou-me até casa e depois ia para sua casa, mas ao sair do carro e
enquanto me despedia ele pergunta-me:
-Amor não queres ir dormir lá a
casa? Assim evitas andar a fazer viagens desnecessárias.
-Só com uma condição vais comigo falar com
os meus pais e avisá-los disso. – Sorri, a mãe dele olhou-nos seriamente
porque não tinha entendido e o Nico logo explicou:
-Madre, yo estoy invitando a Rita para ir a dormir allí la casa y la
única condición impuesta fue que iba a hablar a los padres para convencerlos. ¿Desea ir a
cumplir con sus compadres? (Traduzido: Mãe,
estou a convidar a Rita para dormir lá em casa e a única condição imposta foi
ir falar com os pais e convencê-los. Queres conhecer os teus compadres?) – A Dona Mi olhou-nos um pouco sem
reação mas aceitou logo acompanhar-nos.
- Me ha gustado conocer a sus padres
Rita, son grandes personas a educar le así y que te enseñan muchos principios y
valores, no importa que se reúnen o es
un poco temprano. (Traduzido: Eu
gostava muito de conhecer os teus pais Rita, são pessoas fantásticas para te
educar tão bem e te ensinarem tantos princípios e valores, não te importas que
os conheça ou é um pouco cedo?) – O Nicolás estacionou o carro e ficou á espera
da minha reação, aliás os dois olhavam-me em busca da minha resposta.
-Por supuesto no, mis padres será muy felices de saber de la señora que
le dio vida al hombre de mi vida. (Traduzido:
Claro que não, os meus pais vão ficar muito felizes em conhecer a senhora que
deu vida para o homem da minha vida.) –
O Nicolás e a Dona Mi ficaram muito contentes por conhecer a minha família e eu
ainda mais animada fiquei, era ainda mais outra prova de amor que fazia ao
homem da minha vida. O Nico abriu a porta do carro, aliás fez questão de abrir
as portas do carro para as suas mulheres como nos chamava, e fizemos o caminho
até minha casa, abri a porta, e respirei bem fundo, estava nervosa e
envergonhada, não era cedo e os meus pais o mais possível era já estarem a
dormir e eu tinha de os acordar, e claro a minha sogra também iria conhecer o
meu irmão, um nervoso miudinho corria em mim, mas também á minha sogra, isto
porque o Nicolás estava super calmo.
Como irá correr a apresentação
entre compadres?
Será que os pais de Rita vão
autorizar ela dormir em casa dele? Como correrá o dia seguinte?
Olá!
ResponderEliminarAdorei como sempre apesar de ter tido umas duvidazitas xD Desnorteei-me. Tenho visitas em casa, portanto estou a ler e a falar ao mesmo tempo xD
Ja sabes que espero o proximooo!
Beijo
Ana
Olá!
ResponderEliminar1º é um perigo teres posto essa imagem dos Pasteis de Belém e como eu adoro fiquei com agua na boca e estando longe de Lisboa até morro.
2º Quero saber como vai ser esse encontro entre compadres e como é que o Nico vai fazer o pedido.
Já agora adorei como sempre.
Beijos
Tânia