quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

“Capítulo 20: Sim! Chama-me Rita Gaitán”



-Osvaldo Nicolás! – Gritei! Embora esperasse o pedido de casamento não esperava desta forma tão original. Estava radiante, nas nuvens mas nunca pensei receber um pedido de casamento tão original e depois de 3 meses de namoro principalmente do meu ídolo! Já imaginei várias vezes pedidos de casamento mas nunca me passou pela cabeça esta ideia, e porém também gosto do toque tradicional. O rapaz ajoelhar-se e pedir a futura noiva em casamento. Corri até junto da minha sogra, abracei-a e dei-lhe imensos beijos na cara. Comecei aos saltos pela cozinha enquanto a ajudava a arrumar a cozinha. A minha sogra disse:

-Bom dia minha filha! – Já me sentia parte da família da minha sogra. – Já vi que estás muito bem-disposta nem preciso de perguntar o porquê. – Continuei entretida a arrumar a cozinha muito bem-disposta e respondo:

-Bom dia Dona Mi estou contente porque sou a mulher mais feliz do mundo! O seu filho pediu-me em casamento de uma forma bastante original, cada vez estou mais apaixonada por ele! Tenho de lhe ligar. – Corri até ao quarto e peguei no telemóvel, tocou, tocou e tocou e nada de atender, já deveria estar em treino. Fui até á sala e disse á minha sogra:

-Dona Mi o seu filho não atendeu já deve estar em treino e eu a morrer de saudades dele já viu a minha vida?! Vou tomar banho e despachar-me depois vamos ter com ele ao treino não se importa? Não aguento esperar sossegada em casa. – Acenou negativamente com a cabeça. Fui até á casa de banho do nosso quarto e tomei o meu banho rapidamente.
Vesti-me e voltei para a sala, a minha sogra já estava vestida por isso foi rápido até sairmos de casa, claro como preocupada que era e sabia que só tinha um leite com chocolate no estômago preparou um pequeno-almoço simples mas reconfortante, uma maçã vermelha como as que tanto gosto, uma sandes com manteiga, o pão ainda estava quentinho o que significava que alguém o havia comprado logo pela manhã, e deu-me algumas bolachas caseiras. Saímos de casa e eu decidi levar a minha sogra até á beira do rio, mas perto do centro de estágios, não queria estar longe do Nico, queria estar cada vez mais próxima dele e tinha medo de ele sair cedo do treino e não nos ver. A atenção que tomava ao que a minha sogra me dizia era nulo, estava concentrada nos meus pensamentos, nas minhas emoções e sentimentos, tamanha felicidade estava entranhada no meu sangue, ele estava cada vez mais presente em mim, já não me imaginava nunca sem ele, era como pedir a alguém para viver sem ar, tal era impossível. Como não vivia sem oxigénio, também não vivia sem ele, não merecia tamanha felicidade e uma pessoa assim a meu lado, quantas vezes me perguntei porque tinha aquela oportunidade de ser tão feliz, de ter um homem com tantos valores e princípios a meu lado. Como era possível ele amar-me? Não é falta de confiança, apenas sei que já tive e perdi e o medo de o perder era avassalador, queria viver todas as emoções a seu lado, já vivi tantas e aprendi com elas, aprendi a verdadeira definição de amar, aprendi que basta acreditar e lutar para os nossos sonhos se tornarem realidade. Vivi experiências incríveis e quando digo isto não foi só perder a minha virgindade e descobrir o prazer, fui pedida em casamento e descobri realmente o que é o amor e tudo o que ele nos pode dar e tirar. Mas tenho de falar com ele, já falamos algumas vezes sobre o futuro mas tinha de o informar quais eram os meus sonhos e ambições…

(Recordação)

-Amor, amor… - Estávamos deitados no sofá, estava sobre ele e a fazer-me festinhas na bochecha. Ele olhou para mim. – Nunca me disseste quais são os teus sonhos e ambições. – Ele olhou para mim e sorriu.

-E tu nunca me disseste os teus. – Deu-me um beijo na testa. Apagou a televisão e ficamos assim a desfrutar o momento.

-Pois não já te digo mas primeiro tu que fui eu que falei primeiro. – Queria saber em primeiro lugar as suas ambições e sonhos não só como profissional mas se pensaria em mim no futuro.

-Bem… Como profissional quero dar mais títulos ao Benfica e crescer como jogador e pessoa depois sim penso na saída. Quanto pessoa quero melhorar, quero tornar-me um melhor tio, um melhor filho, um melhor irmão, quero ser um homem melhor e um melhor namorado. Quero casar-me com a mulher da minha vida e ter filhos com ela, muitos de preferência. E quero que sejas tu a pessoa que me vai acompanhar durante o resto da minha vida… - Paralisei, amava-o o suficiente para imaginar o nosso futuro juntos mas não estava preparada para ouvi-lo. – E tu meu amor?

-Eu? Não esperava ouvir isso da tua boca, amo-te o suficiente para imaginar o nosso futuro mas tu tens o dom de me surpreender e voltaste a fazer. – Ele sorriu. – Quero casar-me pelo registo e pela igreja, terminar o meu curso, arranjar um emprego, melhorar como pessoa, mulher, mãe, irmã, filha, neta, madrinha, afilhada e prima, quero realizar os meus sonhos, ser mãe, de muitos filhos e dar-lhes a educação que me deram a mim, a melhor. Já encontrei uma pessoa pela qual vou lutar para ficar com ele até ao resto da minha vida.

(Fim da recordação)

A minha sogra “despertou-me” do meu sonho porque já estava perto da hora de saída do treino, e fizemos o percurso a pé até ao centro de treinos. Queria dar-lhe uma resposta original mas só me lembrei quando estava muito em cima da hora e ideias originais escasseavam-me, a minha t-shirt também demonstrava um pouco do sentimento que nutria por ele.

Fui até ao carro e peguei numa folha de papel, se ele me pediu em casamento de forma original eu também lhe iria pedir de uma forma original. Escrevi no papel:

“Sim! Chama-me Rita Gaitán”

Existia pessoas há porta do local, mas não muitas, a minha relação com ele ainda não era conhecida por nossa opção…

(Recordação)

-Amor eu quero muito apresentar-te ao pessoal do clube, apresentar-te á minha família, aos meus amigos, aos meus fãs, e ao mundo! – Dizia ele quando estávamos em frente ao mar a desfrutar o momento.

-Mas não achas que é cedo? – Faria tudo para ficar com ele até ao meu último respirar mas tinha medo que se não conseguíssemos vencer todas as batalhas o meu coração parasse de bater, não teria força nem coragem de continuar a viver.

-Eu sinto-me preparado para te apresentar a todo o mundo, ainda não conheces a minha família porque estão na Argentina mas quando lá for tu vais comigo e vou-te apresentar o meu país e todos os que amo e lá estão. Não queres que ninguém saiba que tu estás na minha vida?

-Eu quero e muito! Quero que toda a gente te conheça porque me orgulho muito de ti e do que sinto por ti, do que nos une. Mas estamos juntos há tão pouco tempo…

-Há precisamente mês e meio! Comemoramos hoje. Parabéns meu amor! – Beijamo-nos.

-Vamos dar mais algum tempo á relação depois pode ser. – Ele acenou positivamente com a cabeça e ficou a promessa de um dia todos me conhecerem como namorada dele, por enquanto ficaríamos assim.

(Fim da Recordação)

Pedi ao segurança para me avisar quando tivesse terminado o treino, ele assim o fez. Não iria entrar no carro com os fãs á pedirem-lhe autógrafos. O segurança avisou e eu liguei-lhe. Rapidamente me atendeu:

-Olá mulher da minha vida! – Disse alegre e ouvi logo um “Uhuh” nos seus colegas e ele rapidamente os mandou calar. – Desculpa amor mas já sabes que eles são piores que as mulheres! Ligaste-me á pouco?

-Olá homem da minha vida! Sim liguei para dizer que o leite estava bom mas não o bebi todo e porque saíste e nem deste um beijinho á tua mãe! – Ia fingir que não tinha visto o pedido para depois a surpresa ser maior.

-Está bem princesa. Olha queres ir almoçar onde?

-Estou com a tua mãe á porta do Caixa. Existe aqui algumas pessoas á espera dos seus jogadores mal sabem que estão ao pé de uma namorada!

-Só não sabem porque não queres! Então passa o telefone ao segurança para vos deixar entrar.

-Deixa amor. Nós apanhamos-te aqui na entrada.

-Está bem meu amor. Já sei onde vamos almoçar, em Lisboa á beira-mar.
Desligamos a chamada depois de ficarmos mais alguns minutos com “mel”. Uma fã alta, com ar de arrogante, bonita mas ar de superior, algo que nunca tolerei. Ouviu a conversa e aproximou-se de mim e disse:

-Ouve lá és tu a namorada do Gaitán?

-Sim queres um autógrafo dele é? – Sempre tentei ser simpática para todas as pessoas mas quando ela começou a ser arrogante para mim fui do mesmo modo.

-Não vinha só dizer-te que ele é demasiada areia para a tua camioneta.

-Isso deve ser uma piada. E mesmo se fosse verdade o que terias a ver com isso?

-Tenho mais do que possas imaginar.

Começamos a discutir, aquela rapariga começava a tornar-se irritante, mas tentei ao máximo acalmar-me e a Dona Mi também me defendia. O Nico chegou junto a nós mas eu nem entendi e irritada decidi dizer:

-Tu não me enerves que estou grávida! – Não sei o que me passou pela cabeça mas disse-o. A minha sogra e o meu futuro noivo ouviu, ficaram pasmados a olhar para mim. Entramos no carro e saímos dali para fora. Pedi ao Nico a carteira e coloquei lá o meu papel com a resposta ao seu pedido de casamento. A viagem até á praia seguiu pacificamente, tentamos não abordar o tema da gravidez, só falaríamos sobre ele com calma. Almoçamos e depois fomos passear pela praia, onde abordaríamos o tema do bebé e da minha “gravidez”.

Como irá reagir Nico e Dona Mi á “gravidez” de Rita?
Será que a “gravidez” é verdadeira? Será que vai ver a resposta ao pedido de casamento?

sábado, 5 de janeiro de 2013

Capítulo 19: "Queria Pedir-vos Permissão para Pedir a Rita em Casamento"

Abri a porta do meu prédio e subi até ao andar, ia de mãos dadas com o Nicolás e a mãe dele pouco atrás, um nervoso miudinho corria em mim, na minha sogra o mesmo acontecia, ao contrário do Nico que estava calmo e sereno, aliás sorria de felicidade, já o conhecia suficientemente bem para dizer que não era de nervos mas de um á vontade um pouco estranho. A relação era tão recente mas ao mesmo tempo gostávamos tanto um do outro, vivemos tantas emoções mas será que era cedo a minha sogra conhecer os meus sogros? Ninguém sabe responder a esta questão mas já que surgiu a oportunidade vamos aproveitá-la, não é todos os dias que a minha sogra nos visita! Abri a porta e veio a correr até ao meu lado o meu irmão, deu-me dois beijinhos e disse:

-Olá mana! Estava cheio de saudades tuas! Já vi que trouxeste o meu cunhadinho, não se largam com tanto mel! – Eu e o Nico sorrimos. – E quem é esta senhora que vos acompanha? – Perguntou o meu irmão referindo-se á minha sogra.

-A minha sogra, dona María mas podes chamar-lhe Dona Mi, aliás é assim que prefere. – O meu irmão cumprimentou e eu apresentei-os, seguimos até á sala onde estava os meus pais e o meu irmão, estavam aconchegados no sofá, cobertos com uma manta e uma temperatura bastante agradável na sala. Assim que me viram cumprimentaram-se ora com dois beijos ora com “passou-bem”, sentamo-nos no sofá ao lado da televisão e eu apresentei a minha sogra aos meus pais:

- Mamá, papá les presento a la mujer responsable por el nacimiento de Nico, mi suegra, Dona Mi. (traduzido: Mãe, pai apresento-vos a mulher responsável pelo nascimento do Nico, a minha sogra Dona Mi.)
Sentamo-nos no sofá e começamos a falar, uma conversa bastante animada, perdida entre o espanhol e o português, outras vezes falávamos em inglês, o tempo foi passando e depois de tanta conversa o sono começa a afetar-me, encosto a minha cabeça às pernas do Nico e aos poucos o sono começa a vencer-me, o meu namorado cobre o meu corpo com uma manta, dá-me um beijo na testa e diz aos meus pais:

-Queridos sogros agora que a mulher da minha vida. – Fiquei sem reação não esperava que ele me tratasse assim junto aos meus pais e irmão, mas fingi estar a dormir para ouvir o que se tratava. – Está a dormir queria falar-vos da minha ideia mas primeiro queria pedir-vos permissão para pedir a Rita em casamento. – Gelei. Não foi o meu corpo que gelou mas a minha alma ficou mais petrificada que um iceberg, já tínhamos falado em casamento mas não esperava um pedido, não tão cedo, ainda sou nova, ainda sou muito jovem e a nossa relação só tem 3 meses, o sentimento é muito forte e tanto nos une, já vivemos muito juntos mas não sei estou preparada para este compromisso tão sério e como vejo e tenho conhecimento de muitas pessoas que se casam e mais tarde se divorciam acho que a maior ligação que pode existir entre duas pessoas é mesmo serem pais, porque isso e algo que não dá para desistir, que une duas pessoas para sempre. Mas claro que aceitaria o pedido do Nico, claro que aceito casar-me com ele, e quero muito que esse dia aconteça, que seja tudo perfeito, como sempre sonhei. Ou pela igreja num grande vestido branco, com a igreja com muitas pessoas, e tudo apaixonante, talvez um dos dias mais felizes da minha vida. Ou talvez quando me case pelo registo, isto porque me tenciono casar das duas formas possíveis. Sempre tive o sonho de um filho meu ser o menino das alianças no meu casamento.

-Tu queres casar com a minha filha Gaitán? – Perguntou o meu pai em choque, notei pelo seu tom de voz que estava algo chocado com essa ideia, talvez nunca esperasse que a filha aos 18 anos fosse pedida em casamento.

-Gaitán é aquele rapaz que joga futebol pelo Benfica, eu sou o Nicolás ou Nico. Sim, quero muito casar com a sua filha. – Concluiu o Nico. Não podia ter qualquer tipo de reação porque para todos eu dormia pacificamente, mas aquela notícia cai-a que nem uma bomba para mim.

-Tens a certeza Nicolás? Vocês estão juntos há tão pouco tempo e são tão novos. – Disse a minha mãe que sempre foi cautelosa no que conta aos sentimentos e relações e claro ver a sua filha noiva e mais tarde casada e ainda nem 20 de vida ter vividos.

-Eu amo a sua filha como nunca amei ninguém e vou fazer os possíveis e impossíveis para lhe dar tudo, e para continuarmos juntos e um dia mais tarde dar-vos a feliz notícia que vão ser avós. – O meu irmão que estava ao meu lado tocou na minha perna esquerda que era a única que estava pousada sobre ele, causou-me arrepios, ia ser muito difícil deixar de viver junto ao meu irmão e da minha família para viver uma vida só com o Nicolás, e não só, se ele fosse transferido para outro clube e país como ficaria eu? Deixaria a minha vida para trás e viveria apenas para um “nós”. Significava deixar a minha família, os meus amigos, a minha escola, eu sei que o amo para chegar a esse ponto mas tenho medo que algum dia não resulte e eu fique sem forças para lutar. Mas ao mesmo tempo não aguentava tanta felicidade no meu coração.

-Parabéns Nico, mas olha não é fácil aturar a minha irmã às vezes. – Disse o meu irmão, muito querido como se entende! A preocupação deveria ser dar os parabéns e desejar as nossas felicidades mas não retira um pouco a emoção do momento.

-Não digas isso cunhado, nós gostamos muito um do outro e já tenho isto em mente há alguns dias mas só há pouco tive a ideia exata do que vou fazer. Vai ser algo muito, muito especial. Tenho a vossa permissão sogros e cunhadinho? – Não sabia o que pensar, o que fazer, talvez quisesse abrir os olhos e dizer tudo o que a minha mente e o meu coração me dizia para o fazer mas por outro lado não ia deixar tudo a perder.

-Depois de me prometeres uma coisa tens a minha autorização e penso que também falo em nome da minha mulher. – Abri um pouco o olho esquerdo de maneira a espreitar, e a minha mãe acenou positivamente com a cabeça. O meu pai continuou o seu raciocínio. - Tens de me prometer que vais fazer tudo para a Rita ser feliz, que vais trata-la como merece e que apesar das dificuldades, das fases boas e das fases menos boas nunca a vais abandonar. – O meu pai preocupava-se comigo, eu era a sua única filha e também a mais velha, entendia a sua preocupação e claro só me deixava ainda mais orgulhosa.

-Ainda somos jovens e conhecemo-nos e namoramos há pouco tempo mas eu sei que faria tudo por ela, que vou fazer de tudo para nunca a magoar ou desapontar, que vou lutar até depois da exaustão para que sejamos felizes. Vou amá-la até depois do meu último suspiro, porque o corpo e o meu coração podem parar de viver mas há uma parte de mim que vai ser eternamente da sua filha. Eu amo-a muito.

-Eu prometo que farei tudo pela vossa filha e pelo nosso amor, para sermos felizes até ao nosso último suspiro e que lutarei até á exaustão para sermos felizes.

-Prometo que lutarei até á exaustão pela vossa filha, para fazê-la feliz todos os dias até ao resto da nossa vida! É verdade que estamos juntos apenas há 3 meses e que ainda somos jovens, temos uma vida para viver, temos muito tempo para aprender mas eu gostava que isso acontecesse juntos. Vou amá-la até depois do meu último suspiro, porque o que sinto transborda do meu coração, não me corre nas veias, está marcado no meu coração e na minha pele. – Não entendi o que ele tinha dito com aquelas palavras, por isso abri um pouco os meus olhos de forma a ver o que se passava mas que ninguém entendesse que estava acordada. Ele levantou a manga da sua camisola e mostrou no pulso uma tatuagem com dois trevos de 4 folhas e um coração.


Não acreditei, não acreditava em nada que os meus olhos me demonstravam, não acreditava no que via, tanta felicidade e tanto sentimento que vivia, não era humanamente possíveis, eu não merecia tudo o que aquele homem me dava, me fazia sentir, tudo o que ele simbolizava para mim, aqueles 3 meses foram, pelo que senti e por tudo o que vivi, quase como o início da minha vida. No meu pulso tenho uma tatuagem com um trevo e no meu pescoço anda sempre comigo um colar com um trevo que a minha madrinha deu-me ainda em pequena e que nunca o largo, anda comigo, é com um objeto da sorte mas com muito significado ao mesmo tempo. Com a tatuagem que o Nico tinha feito só podia haver um significado, nada trevo significava um de nós e o coração era e é o sentimento que nos une, tanta felicidade era extraordinária, era uma surpresa tão romântica, tão especial e eu não merecia tudo aquilo…





Aconcheguei a minha cabeça na perna do meu futuro noivo, onde a minha cabeça estava pousada e adormeci. Mas passado pouco tempo acordo com o Nicolás a tocar-me no braço e a minha mãe baixa ao meu lado com um saco ao meu lado. Olhei para ela e sorri, a minha mãe sorri e fala:

-Desculpa acordar-te amor, mas já está a ficar tarde e amanhã vais ter um dia preenchido. O Nico já falou connosco e vais dormir a casa dele mas tem juizinho que não quero ser avó quando ainda tenho idade para ser mãe. – Corei. Não sabia o responder por isso espreguicei-me, levantei a cabeça da perna do Nico e dei-lhe um beijo rápido nos lábios, que nem deu para matar saudades nem de perto ou de longe agradecer pelo pedido que pediu aos meus pais, por tudo o que me fez sentir, viver, amar, por tudo o que ele significava para mim. Agarrei no saco despedi-me dos meus pais, e fui até ao quarto do meu irmão, dei-lhe um beijo na testa e sussurrei-lhe:

-Até amanhã mano. Gosto muito de ti. – Assim que me viro, dou de caras com o Nico, coloca as mãos sobre o fundo das minhas costas e beija-me o pescoço, sorriu e dou-lhe um beijo no canto dos lábios, a intenção era dar-lhe um beijo nos lábios, mas a escuridão daquele quarto impede-me de acertar. Ele sussurra-me:

-Também gosto muito de ti minha futura noiva. – Não sabia o que responder. Beijei-o nos lábios fugazmente, pousei as minhas mãos no seu peito e respondi:

-Estava a falar para o meu mano mas também serve para ti meu futuro noivo. – Acariciei a sua bochecha e depois coloquei o dedo indicador sobre os meus lábios, não queria de forma alguma que ele desconfiasse que tinha ouvido parte da conversa. – Espera aí… Futura noiva? Há alguma coisa que eu não saiba? – Ele sorriu e respondeu:

-Não sei. – Afastou o dedo dos meus lábios e encostou os nossos lábios num beijo calmo mas muito sentido. – Vais ter de esperar para saber. – Fiz beicinho, mas ele sorriu. Fomos de mãos dadas até á porta de casa, despedimo-nos dos meus pais, inclusive a minha sogra que adorou os meus pais. O Nico agarrou no saco e fomos até ao carro. Depois de estarmos prontos, começamos a viagem até casa do meu amor, ou posso dizer babada da nossa futura casa, porque depois do casamento tenciono ir viver com ele. A viagem correu bem, correu rápido, ou melhor, eu mal a vivi, estava com a cabeça num mundo completamente diferente, pensava no meu futuro, no meu casamento, no Nico em tudo, e só despertei quando a minha sogra me tocou no braço e o meu futuro noivo a abrir a porta do lugar onde estava e estender-me a mão para sair.
Sai do carro e o Nicolás abriu as portas até chegarmos ao interior da sua casa, depois de instalarmos a Dona Mi e de nos certificarmos que estava cómoda fomos até ao nosso quartinho, fui até á casa de banho do quarto vestir o pijama, enquanto ele ficava no quarto a vestir-se, um pijama que a mãe lhe deu na Argentina, antes dele se mudar definitivamente para Lisboa, ou seja de se transferir para o Benfica, disse-me ele.  
O pijama que a minha mãe preparou era um tanto ou nada diferente daquele que esperávamos, ou melhor daquilo que queríamos para uma noite passada a dois.
Cheguei até junto do Nico, ele estava com o seu pijama vestido e sorriu-me, deu-me a mão e levou-me até a cama, deitamo-nos em conchinha e ele começou a acariciar-me entre o pescoço, a minha barriga e a fazer-me festas no cabelo, que me causavam arrepios, não porque me soubessem mal mas pelo contrário, porque me sabiam bem demais. Colocou a sua mão sobre o fundo das minhas costas, aquela mão quente sobre o meu corpo sempre frio, ou melhor gélido, que me causou novamente arrepios, as diferenças eram notórias entre ambos, mas de uma certa maneira deixavam-me num á vontade que não era de forma alguma natural, nós completávamos e é a altura perfeita para dizer “os opostos atraem-se”. Voltei-me para ele e colocamo-nos frente a frente na cama, acariciei o seu peito e comecei a beijá-lo, e aquele momento exigia tudo de uma forma diferente, de dar um novo significado ao momento, de dizer “amo-te” de uma forma que não exigisse palavras mas sim uma ação diferente.
Acabamos por nos entregar ao momento, acabei por ceder às suas “investidas”, foi um momento completamente diferente daquele que já tinha vivido apenas uma vez, e com ele do meu lado. Causou mais algumas dores no início mas com toda a calma que reinava no seu coração e com toda a calma típica que ele vivia com o nosso amor acabaram por ser ultrapassadas e dar lugar aquela palavra que descreve todos os momentos de amor vividos a dois: "prazer".
Depois de o fazermos acabamos por adormecer, o Nico prometeu-me que quando saísse de casa me acordaria, e assim o fez. Acordou-me com um beijo nos lábios e disse-me:

-Amor não te trouxe o pequeno-almoço á cama que a minha mãe não deixou, mas trouxe uma caneca de leite com chocolate às escondidas. – Olhei para a mesinha de cabecinha e consegui ver. Dei-lhe um beijo rápido nos lábios e vi-o ir embora, bebi o leite todo e no final pude reparar na mensagem subliminar que vinha no fim, não podia acreditar…


Como irá reagir Rita a este pedido original?
O que será que irá responder? Como irá correr o passeio por Lisboa?